quarta-feira, 25 de maio de 2011

A deficiência mental. Devemos entender melhor isso.


Há fatores a serem observados antes de diagnosticar a deficiência mental,como por exemplo: Q.I. (Quociente de inteligência), Capacidade psicomotora, Habilidades e competências adaptativas, A idade do início da deficiência mental até os 18 anos e após.(A deficiência mental é considerada em seu início antes dos 18 anos, após , os transtornos mentais são classificados de outras formas patológicas). 
É importante termos a seguinte noção de que há tipos de níveis de deficiência mental distintos :
Deficiência Mental Leve.
Deficiência Mental Moderado.
Deficiência Mental Grave.
Deficiência Mental Profundo.
Deficiência Mental, Gravidade Inespecificada


O CID (Classificação Internacional das Doenças) é de uso exclusivo dos médicos, o especialista Psiquiatra usa CID F 70 diagnóstico para deficiência mental leve,indo até F79, descrevendo e classificando deficiências mentais (É mais preciso pesquisar na internet o CID, ler a referência a classe F70, para saber especificamente cada um).
A classe F06 descreve transtornos mentais, incluindo deficiências, por motivos especificados, como por exemplo lesões (F06.8). 

É essencial sabermos que há então essa distinção entre Deficientes mentais que dês da infância sofrem esse déficit e outros que , por algumas condições adversas, apresentaram ou desenvolveram deficiências e transtornos mentais.

A Palavra "Retardo" foi substituída por "Deficiência", a qual é menos incisiva e menos taxativa, é bem mais integrativa à aceitação social inclusive. 
Os deficientes mentais apresentam uma diminuição do rendimento intelectual, associada a diferentes níveis de transtornos sensoriais, perceptivos motores, de linguagem, do controle emocional, de adaptação em relação ao meio ambiente, dependendo das alterações orgânicas e na aparência física.
Observamos o que está postado no site:
http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/dm1.html (que trás um estudo interessante de ser lido, principalmente aos que estão interessados a esse tema) vamos analisar esse trecho :
"...a característica essencial do Retardo Mental é quando a pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-cuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. 
Essa é também a definição de Deficiência Mental adotada pela AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental). Na Deficiência Mental, como nas demais questões da psiquiatria, a capacidade de adaptação do sujeito ao objeto, ou da pessoa ao mundo, é o elemento mais fortemente relacionado à noção de normal. Teoricamente, deveriam ficar em segundo plano as questões mensuráveis de QI, já que a unidade de observação é a capacidade de adaptação..."
Esse trecho reforça nossas bases iniciais e convida-nos a pensar nas relações da sociedade com o individuo que tem deficiência mental, no sentido de condicionar tanto o meio social como o próprio individuo à inserção, livre de preconceitos e discriminação, de forma a haver acolhimento e partilha com esse individuo.
O individuo com deficiência mental necessita de constantes estímulos e ao passo, que na educação, preparamos a nossa sociedade para aceitar esse cidadão, estamos proporcionando um ambiente sem restrições a ele, onde será incluído e auxiliado, dessa forma estimulado naturalmente.
Não podemos esquecer que a doença mental não é sempre uma condição ensimesmada, mas também pode ser uma condição externa de influências, causas e efeitos de ambientes insalubres, processos complexos que aleatoriamente prejudicam de forma particular a saúde mental de um individuo e de outro.
Quando uma sociedade toda se conscientiza disso os tabus são desconstruídos e se edificam novas estruturas mais flexíveis e abertas à acolher de forma fraternal os indivíduos com deficiências e transtornos mentais,promovendo tratamento adequado, progredindo dentro e fora dos CAPS.
Quando falamos em incluir o Infante Deficiente mental na educação com crianças em padrão de normalidade, não estamos falando de simplesmente mantê-lo sem propósito algum, só para constar sua inclusão, pelo contrário, a idéia é visar futuramente uma profissão que dê significado a frequência desse individuo na formação escolar. Tendo o objetivo da formação desse individuo calcado no trabalho, o significado dessa inclusão será pleno, marcará a transição das fases de criança, adolescente e adulto na vida desse individuo, onde como profissional atuante sentirá dignidade, consciência, responsabilidade, sentimentos tão necessários para nós como seres humanos que se quisermos pensar em incluir o caminho é buscar esse tipo de reconhecimento. 
Geralmente os familiares de quem tem deficiência mental sofrem juntamente com o individuo e o apoio social a esses componentes familiares é muito importante, faz parte de todo o plano quando se pensa em incluir, pois não é simplesmente financeiro o problema dessa família, são muitos fatores que envolvem apoiar, como por exemplo auxílio à condução dos individuos aos CAPS, visitas de acompanhamento de equipes de saúde multidisciplinares, principalmente no suporte psicológico à família. Incluir, no sentido pleno, é tornar os familiares e os individuos com deficiência mental não somente clientes de serviços de saúde, mas parceiros, que tem confiança e vêm os profissionais da saúde como referência. 
"O trabalho de prevenção tem por base trabalhar:
Condições de saneamento básico,  prevenção contra drogas e o álcool, vacinação da mãe contra certas doenças, assistência pré-natal, leite materno, identificação de problemas peri e neonatais. Assistência continuada e permanente diante dos fatores de riscos presentes e aos efeitos no desenvolvimento da criança."


A seguir informações interessantes retiradas do site: http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/dm1.html

Incidência
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 10% da população em países em desenvolvimento, são portadores de algum tipo de deficiência, sendo que metade destes são portadores de Deficiência Mental, propriamente dita. Calcula-se que o numero de pessoas com retardo mental guarda relação com o grau de desenvolvimento do país em questão e, segundo estimativas, a porcentagem de jovens de 18 anos e menos que sofrem retardo mental grave se situa em torno de 4,6%, nos países em desenvolvimento, e entre 0,5 e o 2,5% nos países desenvolvidos (vejaRelatório da ONU sobre Doenças Mentais em PsiqWeb). 
Esta grande diferença entre o primeiro e o terceiro mundo demonstra que certas ações preventivas, como por exemplo a melhora de a atenção materno-infantil e algumas intervenções sociais específicas, permitiria um decréscimo geral dos casos de nascimentos de crianças com Deficiência Mental. 
Os efeitos da Deficiência Mental entre as pessoas são diferentes. Aproximadamente o 87% dos portadores tem limitações apenas leves das capacidades cognitivas e adaptativas e a maioria deles pode chegar a levar suas vidas independentes e perfeitamente integrados na sociedade. Os 13% restantes pode ter sérias limitações, mas em qualquer caso, com a devida atenção das redes de serviços sociais, também podem integrar-se na sociedade. No Estado de São Paulo, a Federação das APAEs, através de censo próprio realizado em 110 municípios, calcula ser de 1% da população o número de pessoas que necessitam de atendimento especializado (referência).
CAUSAS E FATORES DE RISCO 



A.Fatores de Risco e Causas Pré Natais:
São os fatores que incidirão desde a concepção até o início do trabalho de parto, e podem ser:
  • Desnutrição materna;
  • Má assistência à gestante;
  • Doenças infecciosas na mãe: sífilis, rubéola, toxoplasmose;
  • Fatores tóxicos na mãe: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos (medicamentos teratogênicos), poluição ambiental, tabagismo;
  • Fatores genéticos: alterações cromossômicas (numéricas ou estruturais), ex.:síndrome de down, síndrome de matin bell; alterações gênicas, ex.:erros inatos do metabolismo (fenilcetonúria), síndrome de williams, esclerose tuberosa, etc.
B. Fatores de Risco e Causas Peri-Natais:
São os fatores que incidirão do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê, e podem ser:
  • má assistência ao parto e traumas de parto;
  • hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral insuficiente);
  • prematuridade e baixo peso (PIG - Pequeno para idade Gestacional).
  • icterícia grave do recém nascido - kernicterus (incompatibilidade RH/ABO)
C. Fatores de Risco e Causas Pós-Natais:
Aqueles que incidirão do 30º dia de vida até o final da adolescência e podem ser:
  • desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global;
  • infecções: meningoencefalites, sarampo, etc;
  • intoxiações exógenas (envenenamento): remédios, inseticidas, produtos químicos (chumbo, mercúrio);
  • acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas, etc.
  • infestações: neurocisticircose (larva da Taenia Solium). 
O atraso no desenvolvimento dos portadores de Deficiência Mental pode se dar em nível neuro-psicomotor, quando então a criança demora em firmar a cabeça, sentar, andar, falar. Pode ainda dar-se em nível de aprendizado com notável dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade no aprendizado escolar. Mas, é preciso que haja vários sinais para que se suspeite de Deficiência Mental e, de modo geral, um único aspecto não pode ser considerado indicativo de qualquer deficiência.
A avaliação da pessoa deve ser feita considerando-se sua totalidade. Isso significa que o assistente social, por exemplo, através do estudo e diagnóstico familiar, da dinâmica de relações, da situação do deficiente na família, aspectos de aceitação ou não das dificuldades da pessoa, etc. analisará os aspectos sócio-culturais.
O médico, por sua vez, procederá ao exame físico e recorrerá a avaliações laboratoriais ou de outras especialidades. Nesse caso, serão analisados os aspectos biológicos e psiquiátricos. Finalmente psicólogo, através da aplicação de testes, provas e escalas avaliativas especificas, avaliará os aspectos psicológicos e nível de Deficiência Mental.
Mesmo assim, o diagnóstico de Deficiência Mental é muitas vezes difícil. Numerosos fatores emocionais, alterações de certas atividades nervosas superiores, alterações específicas de linguagem ou dislexia, psicoses, baixo nível sócio econômico ou cultural, carência de estímulos e outros elementos do entorno existencial podem estar na base da impossibilidade do ajustamento social adaptativo adequado, sem que haja necessariamente Deficiência Mental. (Veja o site Entre Amigos)


*O site de onde foram tiradas as informações é muito instrutivo, é indicado que o interessado nesse assunto prossiga lendo as informações contidas nele. 

A inserção, cada dia melhor difundida, do deficiente mental na sociedade é uma evolução que nós como seres humanos, pais, familiares, professores, profissionais da saúde, desejamos edificar para nosso futuro breve, onde um mundo realmente compreensivo e acolhedor se forma em incluir e agregar.

2 comentários:

  1. Adorei... vc ta dando aula de saude mental??!!
    Parabéns pelos textos , pena que nossa aula de saude mental não foi com vc.

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  2. Pois é Mônica , atualmente leciono Saúde mental no SENAC Campinas.

    Agradeço o comentário .

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