Controle de Infecção Hospitalar

Antes de iniciar os estudos sobre CIH (Controle de infecção hospitalar) , é necessário se construir noções básicas acerca dessa temática, que possuí uma profundidade, que de forma geral, interfere em todos os aspectos dos processos de trabalho e fluxo extra e intra hospitalares. 

Falar sobre infecções envolve não somente o profissional da saúde que está trabalhando em uma instituição, nem tão somente falar de pacientes internados , ou que estejam passando por um hospital, quando se fala de infecções, de uma forma generalista, está se falando de higiene corporal, bons hábitos de alimentares, boas praticas sanitárias e qualidade de vida.

Conhecer alguns princípios básicos trará argumentos e questionamentos iniciais para que o interessado nessa temática possa ir desenvolvendo seus conhecimentos e edificando novas experiências.

Inicie fazendo a seguinte pergunta :

Hospedeiro é aquele que hospeda, aqui no caso, os hóspedes são os microorganismos, alguns patógenos, outros naturais do corpo, colonizando, infectando o corpo para que possam sobreviver de forma parasitária. 

O "Bom" hóspede parasita é aquele que consegue extrair os recursos de seu hospedeiro e mantê-lo vivo,que está lá agindo e coexistindo com seu hospedeiro, pois depende desse para continuar vivendo, muitos microorganismos, em quantidades grandes infectando o corpo humano, podem ser letais para um ser humano.

E aqui podemos formar a seguinte questão : - Como estudar prevenção e controle de infecções ? 

Estamos cercados de microorganismos convivendo em nosso meio ambiente conosco, é inevitável esse fato ! 

Vemos e sabemos todos os dias de casos de doenças Infecto-contagiosas causando afetando pacientes , causando mortes até, doenças como por exemplo : AIDS, Hepatites, Cólera, Lepetospirose, Caxumba, Varicela, Gripes...

E nos perguntamos constantemente , como ficar livre disso ? 

Tudo o que você pode fazer é diminuir as chances de ser infectado. 

Como ?

O Brasil é o país onde mais se toma banho e se lava as mãos no mundo! (Pesquise essa afirmativa e saiba mais sobre outros países e suas culturas e, hábitos de higiene).

A Seguir , veja a forma correta de se lavar as mãos :

Um hábito simples que na prática faz muita diferença, principalmente entre os profissionais da saúde. Estudos, já antigos, apontavam que a lavagem de mãos, que tem durabilidade de no máximo, 40 segundos, usando a técnica mostrada acima, diminuí em cerca de 20% as possibilidades de se transmitir infecções.( AYLIFFE GAJ, BABB JR, QUORAISHI AH. A test for ‘hygienic’ hand 

disinfection. J Clin Pathol 1978; 31:923-928). 

Estudos mais recentes tem confirmado que essa prática deve se manter como base do controle de infecção hospitalar nos processos de trabalho multiprofissional em saúde.

O Profissional da saúde é o individuo que mais lida com microorganismos em sua rotina de trabalho, portanto deve ter profilaxias pré-estabelecidas para realizar seus procedimentos, incluindo sempre a lavagem de mãos entre um procedimento e outro, sempre que envolver contato direto com pacientes e materiais. 

Para o profissional da saúde , há algo mais do que as práticas de prevenção em ações e procedimentos, há também os Equipamentos de Proteção Individual, estabelecidos pela Norma Regulamentadora 6 (EPI NR6).

Podemos entender então que TODOS devemos nos envolver nas práticas de prevenção e controle de infecções, mas , os profissionais da saúde devem ter maior atenção para não cruzarem infecções, minimizando os erros práticos de procedimentos ( o ideal é que sejam ZERO esses erros...). 

Muitos assuntos tangem as possíveis causas de erros profissionais em saúde, são várias classes de erros, mas quando estamos falando de CIH o profissional da saúde, capacitado para exercer sua função, seja ela qual for, não pode se dizer DESCONHECEDOR dessas práticas, pois são bases em todos os cursos.

O profissional da saúde também tem o dever de informar e orientar os cidadãos para praticarem corretamente métodos de prevenir infecções, promovendo conscientização da população em geral.

CONHECIMENTO ACERCA DO TEMA :

Todo profissional da saúde tem , como dever, portanto , está apto também a transmitir esse conhecimento , a nível básico, para a população , contribuindo para a conscientização de todos.

TÉCNICAS :

Cada profissão de saúde possuí suas técnicas específicas dentro dos seus diversificados procedimentos de trabalho, sendo essas previamente pensadas e planejadas de forma profilática às infecções.

EQUIPAMENTOS:

São regulamentados por Conselhos Trabalhistas de cada profissão, além disso, em níveis gerais, menos complexos, podem ser comercializados para os cidadãos comuns, como por exemplo as luvas de látex para manusear material contaminado (lixo e outros...), luvas de borracha, máscaras com filtro e outros. 

MÉTODOS:

Acompanham as técnicas e a adaptação , tanto dos profissionais, quanto da população, só vem a contribuir para que a difusão das infecções seja diminuída. 

Se atualmente há todo esse "aparato" para controlar as Infecções, então , por que há tantos erros profissionais ? Por que muitos deles ainda resultam em Infecções descontroladas ?

Assista o vídeo a seguir e reflita sobre, pense que se os profissionais da saúde erram em práticas básicas de prevenção de controle hospitalar , ou se por negligência não as praticam, os erros podem surgir cada vez piores!

Em breve , falaremos sobre Bio segurança , fica como sugestão assistir ao filme "Epidemia". 

Prosseguindo com Bio segurança :

Quando se sugere a palavra biossegurança o que vem a sua mente ?O que o profissional e o estudante da área da saúde pensam sobre isso ? O que os usuários dos serviços de saúde, que trabalham em outras áreas , entendem por biossegurança ? Será que onde eu trabalho , onde eu passo grande parte do meu tempo , existe promoção de biossegurança ? 

Biossegurança é definido como um conjunto de estudos e procedimentos que visam evitar danos as pessoas, diminuindo e controlando os riscos provocados pelo uso de agentes químicos, físicos e agentes biológicos.

Portanto, a biossegurança é parte do controle de infecção também, principalmente nos hospitais!

Claro que o termo biossegurança abrange todos os meios de trabalho, em tudo que tange a segurança do indivíduo que está executando ações que ofereçam riscos a ele, onde o ambiente possa conter áreas de difícil acesso, ou mesmo locais de altura extrema, com obstáculos que tenha dificuldade de transposição complicadas, onde exijam manobras calculadas e procedimentos pensados.

Quando pensamos em saúde, temos profissionais que trabalham sob condições adversas, em ambientes contaminados por agentes biológicos (infecções bacteriológicas ou virais), onde há seres humanos infectados, que podem transmitir doenças diversas, portanto cada procedimento é pensado, é estudado e é executado com responsabilidade.

A biossegurança vai além dos meios de trabalho, faz  parte da epidemiologia, da infectologia e de todos os estudos relacionados com diminuição de riscos as vidas das pessoas.

BIOSSEGURANÇA é antes de tudo, o cuidado natural com a VIDA !

Mas como uma pessoa reduz os riscos de exposição a agentes causadores de danos ?

Além de praticar métodos e técnicas pensadas, o indivíduo deve usar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), recomendados especificamente para cada ambiente de trabalho e para cada tipo de profissão.

No Brasil, a legislação básica sobre EPIs é a Norma Regulamentadora No. 6 (Equipamento de proteção individual), aprovada pela Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78 e atualizada pelas portarias

• Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83
• Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91
• Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92
• Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92
• Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94
• Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01
• Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003 28/03/03
• Portaria SIT n.º 108, de dezembro de 2004 10/12/04
• Portaria Nº 194, de 22/12/2006 22/12/06
• Portaria Nº 121, de 30 de Setembro de 2009
• Portaria Nº 145, de Janeiro de 2010

Através dessa figura, podemos observar um exemplo de paramentação com os EPIs comumente usados pelos profissionais da saúde, muitos deles, visando proteger não somente o individuo que trabalha, mas também evitando infectar, ou cruzar infecções entre os pacientes que serão atendidos, realizando constantes lavagens de mãos, trocas de luvas e de outros equipamentos conforme a necessidade dos procedimentos a serem realizados durante todo o expediente de trabalho do indivíduo (Curiosidade :Um profissional da enfermagem deve lavar as mãos no mínimo 40 vezes ao dia, durante seus procedimentos).

O uso de EPIs deve ser sempre enfatizado e promovido pelas instituições, deve fazer parte da consciência profissional, é parte de um todo a ser fiscalizado pelos responsáveis supervisores. 

Em cada instituição deve haver uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

A CIPA deve promover treinamento aos profissionais, orientando e explicando as ações de segurança para garantia da minimização dos riscos. 

Nas próximas postagens , vamos acompanhar a história do Controle de Infecção Hospitalar .