CONCEITOS:
Proteção e suporte seletivo, controle e/ou limitação de movimentos, tratamentos diversos e reabilitações.
OBJETIVOS:
Proteger estruturas de agravamento de lesão, strees e tensões;
Controlar respostas inflamatórias (Bandagens compressivas);
Condicionar processo de reparo de lesões;
Permitir funções sem comprometimento do reparo tecidual;
Evitar e/ou minimizar recidivas;
Conferir suporte adicional para o segmento lesado;
Acelerar recuperação;
Evitar perda da função;
Proporcionar movimentos livres de dor.
Vamos ver algumas situações ....
SUPORTE DE BANDAGENS APLICADA AO REDOR OU SOBRE FERIDAS ...
Esse tipo de bandagem serve para proporcionar proteção adicional com finalidades terapêuticas (No caso a união de bordas para promover hemostasia e junção dos tecidos)
CRIANDO PRESSÃO SOBRE REGIÃO DO CORPO...
Nesse caso observamos que há o intento de pressionar o local a fim de conter sangramento (notando que abaixo da faixa há uma compressa que pode ser constituída de gazes ou material próprio ).
É preciso dosar a pressão para que não haja má circulação no local, isso poderia causar diminuição de oxigênio nos tecidos.
IMOBILIZANDO UMA PARTE DO CORPO, REDUZINDO EDEMAS E SUSTENTANDO FERIDAS...
Bandagens aplicadas ao redor de torções tem o objetivo de imobilizar parte da estrutura.
Nesse caso temos um tornozelo torcido, onde o cliente pode ter agravamentos do problema, como edemas por exemplo, se os movimentos do local não forem limitados, a limitação de deslocamentos deve ser feita.
FIXANDO CURATIVOS E TALAS ...
Nesse caso temos ai as bandagens fixando curativos e talas que auxiliam na limitação dos movimentos.
Quando falamos de bandagens temos visto variedade de materiais no mercado, que vão desde simples gazes até adesivos de tecnologia moderna.
A aplicação de cada um desses materiais segue:
Diagnóstico clínico do problema > Cuidados com as feridas especificadamente > Proteção da pele > Tricotomia local > Proteção óssea> Posicionamento para recuperação adequada> Elaboração da bandagem para atender a necessidade > Material novo e em estado perfeito de funcionamento > Prática com técnica competente do profissional executor.
Preparação ideal para técnicas :
- Higiene local e tricotomia ( Os pelos podem conter ou armazenar microrganismos, portanto é melhor raspá-los);
- Remoção de oleosidade da pele;
- Proteção de lesões no local (curativos prévios conforme necessidade);
- Verificar alergias aos tecidos utilizados como bandagens e enfaixamentos, orientar o cliente sobre a surgimento de prurido e eritema.
- Proteção das áreas sensíveis.
Preparo de materiais básicos:
- Soluções de limpeza;
- Cubas estereis;
- Luvas de procedimento;
- Gazes estereis;
- Ataduras e materiais de oclusão.
Para a técnica ...
Nunca se esqueça de lavar as mãos e explicar ao cliente o que será feito
- Posicione o cliente conforme a necessidade de aplicação ( se estiver no leito ou sentado...)
- Observe a área e avalie a quantidade de material antes de reunir ( evite gastos desnecessários...)
- Siga o tipo de bandagem para cada tipo determinado de lesão , considerando local e articulações.
- Após a aplicação avalie se está confortável a bandagem, se não está apertada e se segue a proposta, mas sempre mantenha a bandagem firme e justa ( o que é diferente de "apertar")
Agora é importante saber retirar as bandagens...
- É utilizado tesoura de ponta romba
- Soro fisiológico (algumas literaturas trazem alccol, ou óleos e vaselina)
- Use luvas de procedimento
- Retire lentamente e cuidadosamente aplicando soro para desprender as bandagens se elas aderirem a pele;
- Descarte a bandagem e não a reutilize , se for necessário trocar, use materiais novos e limpos.
Mais situações de enfaixamento
Perna residual
Ideal é que se use uma bandagem elástica, é preciso moldar o coto em sua forma, de modo firme, reduzindo assim o edema ( que com o tempo vai sendo drenado pelo sistema linfático).
Observamos que o correto é utilizar a cintura do cliente como sustentação do enfaixamento, realizando o cruzamento das faixas para prendê-las posteriormente.
Braço residual
Ideal é a bandagem elástica, moldando também o coto, há casos em que será necessário envolver o enfaixamento até o ombro com o objetivo de fixar a bandagem.
E QUAIS SÃO OS TIPOS DE ENFAIXAMENTO ?
CIRCULAR
A volta da faixa deve superpor totalmente a volta anterior e assim consecutivamente, com a finalidade de cobrir uma área pequena (mãos, pés, dedos, partes do antebraço, parte da perna em região tibial).
ESPIRAL
Pretende cobrir uma região mais extensa e circular do corpo, como por exemplo o ante braço com ferimento extenso. Note que cada volta sobrepõe a metade da outra.
ESPIRAL INVERSA
Muito útil quando não se tem bandagens elásticas ( situações comuns), como por exemplo faixas ou flanelas de tecido, com a finalidade de prender melhor a bandagem em partes extensas do corpo.
EM OITO
A bandagem em 8 é feita com rotações de subida e descida alternadas no enfaixamento, cada volta se cruza formando o 8, serve para cobrir articulações com o objetivo de limitar ou anular movimentos.
RECORRENTE
Para enfaixar cabeça e locais arredondados (como coto e membros amputados) é uma técnica que consiste em dar duas voltas envolvendo ocicipital-temporal-frontal, depois formar curvas que vão envolver a região parietal-occipital e voltar até a frontal, dando outra volta por baixo, depois por cima, finalizar a faixa e prender com esparadrapo.
Para compreender melhor vide o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=PUI-pLGl-zI
HA SITUAÇÕES ONDE A TIPOIA É NECESSÁRIA...
Objetivando suportar os braços com deslocamentos musculares e fraturados, a tipoia deve formar uma manga que seja ajustável ao redor do pescoço, podendo ser improvisada com faixas ou ser comprada pronta em formatos comerciais em casas de materiais hospitalares.
HA SITUAÇÕES ONDE SE USAM TALAS...
As talas tem o objetivo de imobilizar segmentos fraturados ou traumatizados e geralmente são feitas de produtos especiais, mas em casos de primeiros socorros é possível improvisar talas , desde que que se saiba o que está fazendo, ou seja, não é indicado que leigos manipulem talas ou tentem imobilizações em casos de acidentes com traumatismos e fraturas.
Referências :
BRUNNER & SUDDARTH, Tratado de enfermagem médico cirurgica. Ed. Guanabara, Koogan 2009;
POTTER, Patrícia Ann; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de enfermagem. Elsevier. 2009
Espero que os caros leitores tenham tido a oportunidade de aprender um pouco mais sobre essas técnicas e que tenha sido tão prazeroso para vocês a leitura quanto me foi o ato de postar.
Fiquem a vontade para fazer comentários e discussões usando o próprio blog.
Atenciosamente
Profº Rafael L. Ribeiro