Vimos no ultimo post que há diversos fatores que podem causar uma arritmia, também temos visto o quanto é importante o procedimento do ECG como exame diagnóstico dessas arritmias.
As imagens que serão postadas a seguir fazem parte de um software simulador de ECG.Os Parâmetros usados serão padronizados na Derivação 2 (DII).
Vamos acompanhar a seguir o ritmo sinusal, o qual é registrado naturalmente pelo ECG quando os parâmetros estão estáveis e normalizados:
Se trata do ritmo mais comum em adultos, com cerca de 60 a 100 batimentos por minuto, mantendo as mondas P,Q,R,S,T bem definidas. Quando é assim , podemos dizer que não há anormalidades.
Temos acima os traçados no papel do ECG , onde podemos observar que as ondas são bem definidas.
Vamos ver abaixo um exemplo de Bradicardia em adultos.
Na Bradicardia os batimentos cardíacos ficam abaixo de 60 por minuto e podem se tornar mais lentos. As ondas mantém sua definição característica, mas o espaçamento entre os quadrados dos picos de R até R se tornam mais distantes. Ritmos até 50 batimentos por minuto são suportáveis em pessoas saudáveis, abaixo disso, podemos estar diante de uma bradicardia patológica.
Durante o sono, com o repouso do Sistema Nervoso Central e o relaxamento do tônus muscular, as bradicardias podem ser normais, variando de individuo para individuo.
Atletas possuem um ritmo sistólico mais lento, pois o músculo cardíaco do individuo praticante de esportes é diferenciado, condicionado a grandes cargas e contrações para conduzir maiores fluxos sanguíneos.
Veja abaixo a taquicardia registrada no ECG :
Esse ritmo cardíaco apresenta uma variação de 140 a 150 batimentos por minuto, podendo aumentar conforme as condições do organismo do indivíduo. Por exemplo, quando o indivíduo precisa correr, necessitando de mais oxigenação, o sangue fluí mais rapidamente para conduzir maiores quantidades de O2 pelo corpo, promovendo trocas gasosas mais dinâmicas.O sistema nervoso parassimpático pode atuar também aumentando o ritmo cardíaco quando o individuo apresenta sintomas de descompensação de alguma forma(por exemplo, febre, hipovolemia, dor, calor, hipóxia...).
Vamos observar abaixo a arritmia sinusal
Observe atentamente que os espaços entre os picos de R variam no complexo QRS, fazendo com que o ritmo calculado seja variável , entre 70 a 100 batimentos por minuto, mas as ondas se mantém bem definidas a não ser por uma leve inversão na onda U , que raramente aparece, a não ser que hajam condições. Costuma ser uma arritmia benigna que aparece em crianças, indicando uma compensação entre respiração e batimento cardíaco, crianças tendem ter um ritmo respiratório mais rápido, ofegando muitas vezes, isso causa esse tipo de alteração no ECG.Em adultos o mesmo resultado pode surgir se caso o individuo não estiver em repouso no momento do procedimento.
Agora vamos acompanhar uma condição patológica na figura abaixo :
O Bloqueio nodal sinoauricular é uma arritmia que indica o impedimento adequado da despolarização auricular, gerando esse espaçamento entre o ritmo da recarga no átrio direito. O ritmo pode variar em uma queda entre 50 batimentos e repentinamente se elevar para 100 batimentos por minuto. Os tecidos ao redor do nódulo sinoatrial não estão funcionando adequadamente, portanto a condução se torna ineficaz, nesse caso, o cardiologista pode indicar o uso de marca-passo para correção da arritmia, ou outros procedimentos de tratamento a critério.
A falta de acompanhamento ou de tratamento pode colocar o individuo portador dessa arritmia em risco quando , por um momento ou em alguma condição durante seu cotidiano, necessitar de maior exigência de seu coração, o risco de infarto, ou de fibrilação é grande.
Observe abaixo um exemplo de Pausa Sinusal:
Observamos que essa arritmia patológica faz com que a condução do impulso elétrico Sino-atrial seja interrompida por longo período de tempo, indicando um ritmo que varia entre quedas entre 40 batimentos por minuto e picos de 100 de R a R. A distância de P a P é alongada e nesse momento é como se o coração estivesse parado.Os riscos e tratamentos são similares aos do bloqueio nodal a critério do cardiologista.
Vamos observar abaixo um exemplo de CAP - Contrações Atriais Prematuras:
Essa arritmia é resultado de uma repolarização prematura do nódulo sinoatrial, resultando em contração atrial prematura antecipando o reinício de P. Os picos de R a R são mais estreitos nessa arritmia e o ritmo varia no calculo de R a R.
Abaixo veja o exemplo de Taquicardia atrial:
Em repouso , o indivíduo normalmente não passa dos 70 batimentos por minuto, variando até 90, 100. Um individuo com Taquicardia atrial, em repouso possuí um ritmo cardíaco maior que 170 batimentos, podendo oscilar até 230.
Vejamos a seguir a fibrilação atrial, referente a fibrilação atrial de onda P:
A ausência definida de onda P é característica na identificação de uma fibrilação auricular, os átrios fibrilando podem alterar o ritmo cardíaco e torná-lo variável no calculo.
Abaixo segue o exemplo de Flutter Atrial (ou Agitação)
A Agitação atrial expressa no ECG está indicando um auto risco de IAM na região dos átrios. É fácil reconhecer um Flutter atrial pois as ondas que antecedem P aparecem pontiagudas e contíguas.O Ritmo de R a R pode se manter estabilizado ou variar conforme a condição do individuo.
Seguimos conhecendo a Síndrome de Wolf-Parkinson-White:
A condução elétrica intermédia entre o nódulo atrio-ventricular e o feixe de hís apresenta uma falha na Síndrome supracitada , causando esse fenômeno elétrico característico nas ondas do ECG. O ritmo é mantido no calculo de R a R porém a deformidade das ondas P-S é bem evidente. Isso ocorre devido a uma despolarização repentina dos ventrículos antes da repolarização completa do nódulo atrio-ventricular.
Vamos observar os bloqueios atrio-ventriculares de uma forma básica e dinâmica. É indicado que para maiores conhecimentos, o interessado pesquise em outras fontes de cardiologia , ou livros:
Bloqueio átrio-ventricular 1º grau
Bloqueio átrio-ventricular 2º grau Tipo 1
Bloqueio átrio-ventricular 2º grau Tipo 2
Bloqueio átrio-ventricular 3º grau
Algumas arritmias que surgem no ECG e que requerem maior estudo para poderem ser analisadas a fim de se fazer diagnósticos médicos, os quais são atribuições de Médicos Cardiologistas, portanto, a partir daqui serão postadas a denominação da arritmia e suas imagens somente, sem maiores comentários.
Contrações prematuras da União atrio-ventricular:
Intervalo entre P e R encurtados, uma onda P invertida surgindo variavelmente.
Ritmo Ventricular Bradicárdico:
Ausência da onda P (Batida atrial), complexo QRS estreitos e ritmo R-R de 40 a 60 Bpm.
Ritmo ventricular Acelerado (Taquicardico):
Complexo QRS mantendo-se estreitado, onda P invertida, apresentando condução elétrica negativa, mantendo um ritmo maior que 60 a 100 batimentos por minuto.
Descompasso, ou marcapasso errante:
Atento na onda P, que hora pode aparecer invertida, hora pode surgir elevada e pontiaguda e hora pode não aparecer até.Essa é a característica dessa arritmia.
Taquicardia Nodo-átrio-ventricular:
Ondas P invertidas na derivação 2 (DII), QRS encurtado e ritmo cardíaco a mais de 100 batimentos por minuto.
Contrações ventriculares prematuras :
Surgimento antecipado da formação QRS, mantendo ritmo variável de 100 a 150 bpm.
Ritmo ventricular debilitado:
Taquicardia Ventricular
Ritmo cardíaco a mais de 180 batimentos por minuto
Fibrilação Ventricular :
O ritmo cardíaco torna-se incalculável na fibrilação ventricular, podendo atingir uma variação de até 400 bpm, fazendo com que as ondas apareçam trêmulas.
Assistolia ou parada Cardíaca :
Parada da atividade elétrica do coração.
Finalizamos aqui o nosso estudo básico do ECG e arritmias cardíacas. Para maior profundidade de conhecimento acerca da temática é necessário pesquisar mais conteúdo em livros, vídeos na internet e sites que tragam assuntos relacionados a saúde e cardiologia.
Para manter-se dinâmico ao realizar o procedimento nada melhor do que praticar bastante, é trabalhando e vivendo as rotinas que o profissional vai se tornando mais pratico.
Rafael L. Ribeiro